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Antonio Filosa, CEO da companhia, defende o etanol como opção mais rápida e eficiente para atingir metas de CO2

Publicado em 03/04/2023

"A Stellantis ampliou a participação de mercado de 13% para 24% na América do Sul nos últimos anos. Temos escala para investir em uma solução de propulsão de baixo carbono para o Brasil”. É assim que Antonio Filosa, presidente da companhia para a América Latina, justifica a viabilidade da estratégia de oferecer os chamados veículos bioelétricos, que combinam propulsão flex, com etanol e gasolina, e eletrificação.

Em coletiva de imprensa na sexta-feira, 31, o executivo reiterou que, para isso, a empresa está em processo de aprovação de um novo ciclo de investimentos, que deve ser maior do que a soma do anunciado por todas as montadoras instaladas no Brasil. Filosa falou pela primeira vez a respeito em setembro de 2022, durante o #ABX22 - Automotive Business Experience.

Segundo ele, o aporte vai financiar o desenvolvimento do motor flex, para garantir mais eficiência com etanol. Além disso, o investimento também permitirá que a empresa combine o biocombustível com propulsão elétrica para oferecer veículos híbridos. Por fim, a empresa pretende produzir no Brasil carros puramente elétricos e, em um futuro mais distante, modelos a célula combustível com etanol.

Concorrência pensa pouco no problema e mais na defesa do carro elétrico

Filosa foi bastante crítico aos concorrentes que defendem a eletrificação como a única opção para reduzir o impacto ambiental da mobilidade. Segundo ele, há quem gaste muita energia para justificar o carro elétrico, no lugar de focar no problema, que é a necessidade de reduzir as emissões.

"A Stellantis não vai importar kits de motor elétrico para montar no Brasil como alguns concorrentes estão fazendo. Nosso objetivo é sempre localizar a produção, desenvolver fornecedores e gerar PIB localmente”, declarou o executivo, em uma singela alfinetada a concorrentes como a GWM, mas sem citar nomes.

O executivo apontou que tem defendido o caminho da bioeletrificação nas conversas com o governo, para o desenho de políticas públicas. E, claro, que há fabricantes de veículos com posições bem distintas, focadas apenas nos veículos elétricos.

"Nós podemos justificar o porquê apostamos na eletrificação do etanol como caminho para a descarbonização. Essa rota tecnológica vai nos garantir eficiência industrial, localização da produção de componentes, fortalecer a engenharia local e gerar PIB para o Brasil. Precisamos ver se quem defende apenas o carro elétrico sabe explicar o motivo”, disse Filosa.

Segundo ele, tudo depende também da estratégia global de cada empresa. O executivo garante que a Stellantis tem grande foco no Brasil e na América do Sul e, portanto, disposição dos acionistas para investir em uma solução específica para a região. Há, por outro lado, empresas que têm no país um mercado secundário, longe do mapa de investimentos prioritários.

Etanol como redução imediata de baixo carbono

Em parceria com a Bosch, a companhia testou uma série de tecnologias de propulsão. Filosa aponta que um carro emite 60,6 gramas de CO2 por quilômetro quando abastecido com gasolina no Brasil. Com etanol, o número cai para 25,8 gramas. Já no caso de um modelo puramente elétrico abastecido com energia limpa, as emissões ficam em 21,4 gramas de dióxido de carbono por km.

"É apenas um pouco a mais do que o resultado com etanol. Temos uma frota de 10 milhões de carros em circulação no Brasil cujos proprietários usam etanol como primeira escolha. Nenhum outro país conta com um recurso tão imediato para reduzir emissões” aponta o executivo.

Os cálculos foram feitos com base no conceito berço ao túmulo, que leva em conta as emissões de dióxido de carbono para gerar a energia ou produzir o combustível. Com isso, o etanol brasileiro chega a ser mais sustentável do que os carros elétricos que rodam na Europa, abastecidos com energia elétrica de matriz fóssil.

O presidente da Stellantis reconhece que o carro flex brasileiro não é uma solução global, mas que tem uma boa oportunidade internacional no mercado indiano. "Eles têm uma enorme população e condições de usar etanol”, resume. Antonio Filosa, CEO da companhia, defende o etanol como opção mais rápida e eficiente para atingir metas de CO2

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Fonte: Automotive Business

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