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Guerra na Ucrânia e instabilidade econômica criam cenário nebuloso para a indústria

Publicado em 31/01/2023

A pandemia do coronavírus causa enormes problemas na cadeia de fornecedores automotivos desde 2020. E, ao que tudo indica, a crise dos semicondutores parece estar longe do fim.

A guerra na Ucrânia dominou os noticiários em 2022 e representou outro duro golpe na dinâmica da indústria. É por isso que a crise no setor caminha a passos largos para o quarto ano.

"A situação está crítica para os fornecedores neste momento por causa da queda no volume de vendas e pelos constantes aumentos nos custos de matéria-prima e de mão de obra”, analisou Paul Carrannanto, responsável pela área de manufatura industrial e setor automotivo na PwC, em entrevista à Automotive News.

De acordo com um levantamento feito pela PwC, 42% dos fornecedores relataram algum tipo de problema financeiro no primeiro semestre de 2022, ante uma taxa de 27% em 2021. Esse volume quase iguala os 45% de fornecedores que haviam relatado dificuldades financeiras em 2020, quando a primeira onda de Covid-19 paralisou fábricas pelo mundo. 

Situação não deve melhorar logo

Além da crise dos semicondutores, a instabilidade nos preços das matérias-primas está tirando o sono dos fornecedores. A situação, que já era desafiadora, só ficou pior com a guerra na Ucrânia, que ainda parece longe de terminar.

Michael Robinet, diretor executivo da divisão automotiva de serviços da S&P Global Mobility, afirmou que a inflação e a crise dos microchips já deram sinais de melhora nas primeiras semanas de 2023. No entanto, o cenário ainda deve seguir crítico durante o ano.

"Em vez de um interruptor de liga-desliga, estamos diante de um interruptor do tipo dimmer. A situação dos chips melhorou sensivelmente e isso deve seguir ocorrendo neste ano. Mas é ingenuidade pensar que estamos livres desse problema”, ponderou.

Cenário incerto

Considerando a resistência desses fatos e as incertezas no cenário econômico global, os fornecedores estão se preparando para diversos cenários em 2023.

Em entrevista à Automotive News, o CEO da Marelli, David Slump, revelou que a expectativa é de que o primeiro semestre seja difícil para a indústria, mas que a situação pode melhorar na segunda metade do ano. 

"Tudo gira em torno do segundo semestre. Com a demanda reprimida e uma evolução no cenário dos Estados Unidos, existe um cenário no qual a segunda parte do ano pode ser positiva, especialmente na América do Norte. Mas não devemos descartar um ano cheio de dificuldades. Precisamos estar preparados para tudo”.

O CEO da Forvia, Patrick Koller, endossou a tese de Slump e disse que sua empresa está se preparando para vários cenários. "A única coisa que podemos fazer neste momento é estar prontos, seja qual for o cenário”, disse o executivo.

Porém, nem tudo está perdido. Para Carrannanto, da PwC, há oportunidades de crescimento para os fornecedores mesmo diante de um possível cenário adverso. Ele acredita que as empresas podem pensar em liquidez e lucros a curto e médio prazos, além de se prepararem para ingressar bem na era da eletrificação e conectividade no futuro.

"Qualquer fornecedor pode se fortalecer se tomar as decisões certas no seu portfólio e trabalhar na flexibilidade dos processos para sair desse período de recessão em uma posição mais forte e rentável”, concluiu.


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Fonte: Automotive Business

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