Margarete Gandini, do Ministério da Economia, falou durante a abertura do Simea que indústria automotiva precisa colaborar com a construção de políticas de descarbonizaçãoPublicado em 19/08/2022 O governo não produz carros e, portanto, precisa do suporte da indústria automotiva para desenhar políticas efetivas pela descarbonização do transporte e da mobilidade. O recado foi dado por Margarete Gandini, coordenadora de fiscalização de regimes automotivos do Ministério da Economia, durante a abertura do Simea – Simpósio da Engenharia Automotiva promovido pela AEA na quinta-feira, 18.Ela acumula também o papel de presidente de honra do evento – a primeira mulher a desempenhar tal função em 29 anos. A especialista apontou que o governo tem o compromisso de trabalhar com neutralidade tecnológica, sem favorecer, portanto, nenhuma solução específica, mas dando condições para que o mercado se desenvolva em diferentes tecnologias, como carros elétricos, flex e movidos a biocombustíveis "A decisão sobre as tecnologias para a descarbonização da mobilidade não é só do governo. A rédea da indústria porque nenhuma política pública pode ser feita em um gabinete. Precisamos desse diálogo com o segmento”, aponta Margarete. Momento de risco e de oportunidade O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, apontou no evento que a demanda global por descarbonizar a mobilidade é uma enorme oportunidade para o Brasil, que tem suas soluções de energia renovável. Por outro lado, ele alerta que o momento representa também um risco. "A capacidade produtiva global é de 140 milhões de veículos por ano, enquanto as vendas giram em torno de 80 milhões. Precisamos definir quem vamos ser nesse contexto. Se o Brasil não definir uma rota tecnológica, corremos o risco de perder o momento”, destaca. Para o dirigente, o país tem potencial para se destacar no fornecimento de soluções de baixo carbono com biocombustíveis, com preços mais competitivos para mercados emergentes, como o Brasil. "O mundo não vai virar de repente a chave para o carro elétrico. Temos uma transição de dez a vinte anos em que a combustão terá papel relevante”, aponta, destacando uma oportunidade em potencial para o Brasil. |
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Fonte: Automotive Business