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Vendas de veículos surpreendem, mas setor amarga queda no acumulado

Publicado em 08/06/2022

A Anfavea celebra os números de maio, melhor mês do ano nas vendas para o setor. Dados da associação que reúne as fabricantes mostram que o licenciamento de veículos anotou crescimento de quase 28% em relação a abril, mas ainda amarga queda de cerca de 20% no acumulado na comparação com 2021.

Os números foram apresentados pela Anfavea nesta terça-feira (7). Em maio foram licenciados 164.228 unidades no mercado total de veículos (automóveis de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus). O desempenho foi 27,9% maior que o de abril, mas 3% inferior ao registrado em maio do ano passado.

Volume no acumulado ainda mostra queda

No acumulado do ano, são mais de 647 mil unidades. Apesar da evolução gradativa nas vendas de veículos desde janeiro, a soma dos cinco primeiros meses de 2022 ainda é 19,9% inferior ao volume que o setor automotivo registrou no janeiro-maio de 2021, quando superou as 807 mil unidades.

Mesmo assim, a Anfavea comemora os números do mês. Para o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, contribuíram para o desempenho comercial a melhora na produção e nas vendas diárias - com mais dias úteis em maio.

“Desde janeiro o setor vem registrando um crescimento em suas vendas, mas em maio essa realidade foi bem maior. Poderia ser melhor se o setor conseguisse produzir um número maior de unidades e nós não vamos resolver a questão de abastecimento e logística agora, contudo tem havido uma melhora no nível de produção e na média das vendas”, diz o executivo.

Média diária cresce

No recorte de veículos leves (automóveis de passeio e comerciais leves), o crescimento foi considerado “surpreendente” pelo presidente da Anfavea. Foram mais de 152 mil licenciamentos, número 29,3% superior ao anotado em abril, e 2,4% menor que o assinalado em maio de 2021. Na soma dos cinco meses, porém, as 596 mil unidades vendidas representam recuo de 21,1% na comparação interanual.

A média diária contribuiu para as boas vendas de maio. Com maior número de dias úteis, foram 8,5 mil unidades/dia, o que já supera a média de todo o ano passado, que foi de 8,4 mil unidades. Em maio de 2021, porém, a média havia sido de 9 mil veículos/dia.

“Apesar da dificuldade de crédito e dos juros, foi um mês impressionante de vendas em relação a abril e, de certa forma, surpreendente. No acumulado, o setor ainda é impactado pelos números dos primeiros meses do ano. Em janeiro e fevereiro tivemos médias diárias de seis mil, muito abaixo do que o setor historicamente apresenta. Em maio, o mercado começa a recuperar o volume”, acredita Márcio de Lima Leite.

Desafio é entender a demanda

Apesar de uma previsão de volta à normalidade no fornecimento de componentes e na produção das montadoras (foram 16 paradas de fábrica e um total de 331 dias de paralisação nas linhas), a Anfavea diz que estuda muito o comportamento do mercado. Para a entidade, é preciso entender a “demanda”.

"Temos hoje uma demanda que é muito vinculada à produção e nosso setor depende substancialmente de crédito e do custo desse crédito. Esse é o maior desafio para um cenário pós-normalização da cadeia de suprimentos: manter um mercado com uma demanda que seja igual ou superior à nossa capacidade de produção”, ponderou o presidente da Anfavea.
Vendas de veículos surpreendem, mas setor amarga queda no acumulado

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