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Veja quais fabricantes estão à frente na corrida da eletrificação no Brasil

Publicado em 17/09/2021

Quando acompanhamos eventos como o recém-inaugurado Salão do Automóvel de Munique (Alemanha), ou mesmo entrevistas e projeções feitas por empresas do setor automotivo em mercados mais robustos, fica claro o quanto o Brasil está ficando para trás, quase alheio, ao processo global de eletrificação e automação dos carros.

Um estudo publicado recentemente pela Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores) mostra que, até 2035, enquanto Estados Unidos, Europa e China já terão praticamente zerado as vendas de veículos a combustão, por aqui o percentual de emplacamentos ainda estará abaixo de um terço.

Isso se considerarmos os híbridos leves, cuja participação da eletricidade no processo de propulsão é deveras tímida. Se somarmos híbridos e elétricos de fato, o percentual cai para 14%. Como sempre, o caminho parece sempre mais longo, tortuoso e esburacado em nossas vias.

Isso não significa que não haja montadoras aqui instaladas olhando mais à frente, para um futuro no qual veículos eletrificados terão maior protagonismo em nosso País. E, ao que tudo indica, o etanol será peça-chave nesse processo, pois permitirá a eletrificação sem necessidade de investimentos tão pesados em infraestrutura para recarga externa.

A partir do combustível derivado da cana-de-açúcar, será possível chegar a níveis de emissões muito próximos a zero mesmo em modelos híbridos dotados de motor a combustão. Ou, então, alimentar propulsores 100% elétricos usando células de combustível. Enfim, as possibilidades são muitas.

Mas, afinal, quais são as tais fabricantes mais adiantadas? A pergunta vale, de modo elementar, àquelas que produzem no Brasil e têm caráter mais generalista. Importadoras de luxo, como Audi, Volvo e Porsche, estão em passos acelerados de eletrificação em nosso mercado porque seguem o fluxo de seus países de origem.

Estas, na verdade, já não têm alternativa, mas como não são tão afetadas por oscilações de preços, podem apostar sem tanto a perder. No fim, serão elas que servirão de termômetro e laboratório para entendermos os caminhos e limites de nosso complicado Brasil no uso prático e real dos carros híbridos e elétricos.

Neste artigo, porém, o que nos interessa mesmo é saber quando carros mais populares estarão eletrificados em nosso mercado. Vamos conhecer os planos:

Toyota
A Toyota, obviamente, é a líder na caminhada entre as montadoras instaladas nacionalmente rumo à eletrificação. Com a incrível sacada de transformar a motorização 1.8 híbrida de ciclo Atkinson do Prius em flex, abriu um novo mundo de possibilidades e hoje colhe os frutos do pioneirismo, com uma excelente aceitação de Corolla e Corolla Cross Hybrid no mercado.

Enquanto a concorrência corre para adaptar projetos antigos e obsolescentes às novas normas de emissões do Proconve L7, a marca japonesa sorri à toa com seu planejamento de tornar TODA sua gama de produtos no Brasil híbrida até 2025. O prazo pode até mudar um pouco por conta da pandemia, mas o objetivo final continua o mesmo.

Além dos Corolla, a fabricante oriental deve lançar um SUV compacto (possivelmente o Yaris Cross) até 2024 e uma nova geração do hatch compacto Yaris no ano seguinte, ambos com a plataforma TNGA-B (uma derivação da TNGA-C do Corolla, mas para modelos compactos) e motor 1.8 híbrido flex.

Até a dupla Hilux e SW4, feita na Argentina, terá uma motorização híbrida a diesel em sua nova geração, que deve sair do forno também entre 2023 e 24.

Volkswagen
Aparentemente, a Volkswagen resolveu mergulhar no desafio quase que de supetão. Até 2020, a fabricante possuía um plano de eletrificação muito tímido, formado inicialmente por modelos apenas importados. Veio a pandemia, o sucesso da Toyota e o presidente regional da fabricante, Pablo Di Si, conseguiu convencer a matriz a investir na tecnologia híbrida flex.

Diferentemente da rival nipônica, a marca alemã deve apostar em um propulsor turbinado da família TSI, com ciclo Miller, para criar o seu motor híbrido flex, que equipará seis modelos até 2025. Ou seja: o prazo de desenvolvimento será apertado. Os produtos que receberão a tecnologia ainda são mantidos a sete chaves.

Stellantis
Esta vem trabalhando ainda na surdina, mas há quem diga que a Stellantis, atual grupo automotivo que demonstra mais força em nosso mercado, vai entrar com tudo na onda da eletrificação nos próximos três ou quatro anos, incluindo a produção nacional de motores e modelos híbridos.

Para tanto, promoverá uma interessante sinergia entre tecnologias já desenvolvidas pelo antigo grupo FCA e o PSA. Uma meta ainda mais ousada (e secreta, por enquanto) é a de se tornar a primeira fabricante a produzir um automóvel 100% elétrico em larga escala no país.

Nissan
A marca japonesa vem perdendo força e espaço no Brasil, o que nos leva a temer se não poderia de uma hora para outra jogar tudo para o alto. Mas enquanto não há sinais de que isso possa acontecer, fato é que a Nissan vem apostando na eletrificação brasileira em duas frentes.

A primeira será com a peculiar motorização e-Power, que deve compor a gama do SUV Kicks a partir do ano que vem. Ainda não está claro se ela estará convertida para flex ou se será movida apenas a gasolina neste primeiro momento. Eu, particularmente, aposto na primeira opção. A segunda é o projeto de veículos movidos a célula de combustível que converte etanol em eletricidade.

E as demais?
Aparentemente, outras fabricantes ainda seguem inertes ou ressabiadas quanto a investir em produtos híbridos e/ou elétricos no Brasil. Empresas importantes, como Chevrolet, Honda e Renault, ainda não deram qualquer sinalização de investimento nesse sentido. Caminham, assim, de maneira mais tímida, escoradas em modelos ainda importados e de baixo volume.

Estarão certas na escolha pela prudência ou pagarão caro daqui a 15 anos pela falta de iniciativa agora? Como diria o pensador romano Áulio Gélio, a verdade é filha do tempo. Portanto, a esta última pergunta só o futuro poderá dar uma resposta.
Veja quais fabricantes estão à frente na corrida da eletrificação no Brasil

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Fonte: Automotive Business

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