A alta da intenção de consumo e os riscos imediatosPublicado em 30/03/2021 A intenção de consumo das famílias brasileiras medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) atingiu 73,8 pontos em março, com alta de 0,6% sobre o índice de fevereiro. Para os responsáveis pela pesquisa, o resultado pode marcar a retomada de alta da intenção de consumo, o que prenunciaria resultados melhores para as vendas e outros importantes indicadores das condições de vida e da economia.
Há, porém, sinais que fazem o cenário econômico e social perder o brilho que parecia estar readquirindo e que pode ter influenciado o humor de parte da população. O agravamento da pandemia, com o aumento expressivo do número de contaminados e de mortes causadas pela covid-19, e o esgotamento da capacidade de atendimento da rede de saúde pública em praticamente todos os Estados têm exigido das autoridades a imposição de medidas mais rigorosas para conter a aglomeração de pessoas. As restrições à circulação e à concentração de pessoas tendem a inibir as vendas e a demanda por diferentes serviços, o que pode contribuir para a redução da atividade econômica, cujo vigor pode estar diminuindo. Somase a esse quadro a inflação, que em fevereiro alcançou a variação acumulada em 12 meses de 5,20%. Embora tenha subido em março, na comparação com o mês anterior, o indicador de confiança do consumidor teve o pior resultado para o mês na série da pesquisa e está 26,1% abaixo do resultado de um ano antes. Não sem razão, mais da metade dos entrevistados (58,0%) considerou que seu nível de consumo foi menor do que o do ano passado. O quadro não deve melhorar nos próximos três meses: 54,5% deles acreditam que vão consumir menos. Um dado positivo e estimulante é a avaliação das pessoas sobre sua situação profissional. Dos entrevistados 32,7% se consideram tão seguros no seu emprego como estavam há um ano (antes dos piores efeitos da pandemia) e 21,8% se sentem mais seguros do que em março de 2020. "De modo geral, o brasileiro se mostra mais seguro quanto ao impacto da pandemia sobre seu emprego", avalia o presidente da CNC, José Roberto Trados. Mas ele adverte: "É um dado tímido, que só vai se confirmar em médio prazo com maior enfrentamento da pandemia e medidas de proteção à economia". |
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Fonte: Fenabrave