Marcas culpam alta de custos e impostosPublicado em 18/02/2021 Já faz alguns meses que as montadoras tentam explicar os sucessivos aumentos de preços dos veículos oferecidos no Brasil.
Como justificar, por exemplo, a alta de 16,49%, ou mais de R$ 19 mil, no preço do Jeep Compass? O SUV médio feito em Goiana (PE) é líder de vendas e tinha tabela de R$ 116.990 há 12 meses. Agora, o preço começa em R$ 136.285. E deve subir ainda mais. Isso porque a reestilização do carro chegará ao mercado ainda neste ano. Segundo a Anfavea, a desvalorização do real é uma das principais responsáveis pelo encarecimento dos veículos no País. Isso porque, com a pandemia, a cotação da moeda norte-americana disparou e chegou perto de R$ 6, em maio de 2020. Assim, matérias-primas, como o aço, além de componentes eletrônicos e insumos importados, que são cotados em dólar, ficaram mais caros. A pandemia também trouxe dificuldades na logística e afetou a produção de peças e insumos básicos, como borracha e plástico. Além disso, o preço do frete subiu. Os carros mais impactados são os que ficam nos extremos das linhas de produtos. Ou seja, de baixo e de alto conteúdo tecnológico. De acordo com a Anfavea, ainda há pressão por aumentos de impostos, de modo a recuperar a queda na arrecadação. Em São Paulo, por exemplo, o ICMS subiu em 2021. Segundo a associação, a carga tributária sobre o automóvel no Brasil chega a 44% do valor do veículo. Isso em modelos com motor acima de 2 litros, que pagam mais IPI. "Isso está prejudicando apenas as montadoras? Não. Está prejudicando toda a cadeia", diz o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes. Ele afirma que, no fim das contas, quem acaba pagando por isso é consumidor brasileiro. Em entrevista ao Estradão, o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Karl Deppen, diz que a covid-19 agravou problemas que o País já enfrentava, como a pressão de alta de custos. Para ele, é preciso fazer reformas urgentemente para garantir que a indústria e outras áreas fundamentais para a economia sejam mais competitivas. "Estabilidade político-econômica é vital para os negócios", afirma. A opinião é compartilhada pelo presidente da Volkswagen do Brasil, Pablo Di Si. Ele diz que o setor não precisa de benefícios fiscais, mas de redução da carga tributária. Isso daria condições para que as empresas fiquem no País e façam investimentos. |
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Fonte: Fenabrave