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Produção de carros no País deve recuar 4%, estima consultoria

Publicado em 23/03/2020

Será grande e multifacetado o impacto do agravamento da pandemia de coronavírus na indústria automotiva brasileira. Trabalho dos consultores Paulo Cardamone e Cassio Pagliarini, da Bright Consulting, divulgado na sexta-feira, 20, indica que a produção de veículos leves (automóveis e utilitários) deverá recuar a patamar pouco inferior ao de 2017, para 2,67 milhões de unidades em 2020, ou 4% abaixo de 2019, revertendo a expectativa do fabricantes, que era de crescimento de 7%, para 2,8 milhões.

Os consultores ponderam que o desempenho poderá ser ainda pior se as paralisações já anunciadas de linhas de produção no País entre este mês e o próximo forem estendidas por mais tempo. Eles fizeram a projeção de redução da produção considerando que o pico da disseminação do coronavírus vai acontecer nos próximos 30 a 45 dias e estabilização da propagação só viria no último trimestre de 2020.

Mesmo sem as interrupções nas fábricas, o desempenho da produção brasileira de veículos já estava prejudicado pelas exportações reduzidas em função da recessão dos mercados com os quais o Brasil se relaciona, além da provável falta de peças importadas.

A paralisação nos últimos meses de empresas em Wuhan, epicentro da pandemia do Covid-19 e sede de grande parte dos fornecedores chineses de autopeças, já se fez sentir nas fábricas mais próximas, com falta de componentes para montadoras na Coréia do Sul e Japão. No Brasil, onde a maioria das operações deverá parar nas próximas semanas, os efeitos dessa quebra de fornecimento continuarão a ser sentidos nos próximos dois ou três meses, dizem os consultores.

Mesmo sem as interrupções nas fábricas, o desempenho da produção brasileira de veículos já estava prejudicado pelas exportações reduzidas em função da recessão dos mercados com os quais o Brasil se relaciona, além da provável falta de peças importadas.

A paralisação nos últimos meses de empresas em Wuhan, epicentro da pandemia do Covid-19 e sede de grande parte dos fornecedores chineses de autopeças, já se fez sentir nas fábricas mais próximas, com falta de componentes para montadoras na Coréia do Sul e Japão. No Brasil, onde a maioria das operações deverá parar nas próximas semanas, os efeitos dessa quebra de fornecimento continuarão a ser sentidos nos próximos dois ou três meses, dizem os consultores.

BRASIL ENTRA EM RECESSÃO, VENDA DE CARROS CAI 3%

Os consultores da Bright avaliam que a recessão econômica global causada pela pandemia afetará com força o mercado brasileiro de veículos leves. As vendas de carros novos ou usados vão cair tanto pela perda de produção quanto pela falta de compradores. Levando em conta o cenário atual, a consultoria estima que serão vendidos este ano no País 2,61 milhões de veículos leves, nível próximo ao de 2018 e 3% menor em relação a 2019, também revertendo as expectativas dos fabricantes, que esperavam mercado 9% maior este ano.

O resultado positivo previsto de aproximadamente 600 mil emplacamentos no primeiro trimestre, que representa alta de 5% na comparação com os mesmos três meses do ano passado, deverá ser revertido ao longo dos próximos meses de queda.

Primeiro, a aplicação de quarentena e regimes de emergência para conter o contágio já faz cair naturalmente a demanda por automóveis, pois as pessoas não sairão de casa e grande parte da rede de concessionárias estará fechada. Mas depois disso os estragos continuam, com tendência de crescimento do desemprego e consumidores inseguros em fazer compras de alto valor ou financiamentos neste momento.

A Bright avalia que a situação deverá acelerar o movimento disruptivo que já afetava o modelo de distribuição de veículos. Os concessionários serão mais impactados pela aceleração da aplicação de soluções de vendas digitais, que serão utilizadas para amenizar os impactos da atual crise e do acesso à rede. O risco dessa tendência cresce exponencialmente para a sobrevivência das grandes concessionários, pontuam os consultores.

O DESAFIO DE CUSTOS MAIS ALTOS E RECEITAS REBAIXADAS

Cardamone e Pagliarini alertam que no momento o grande desafio da cadeia automotiva será o de gerenciar um fluxo de caixa extremamente fragilizado por impactos no suprimento, produção, vendas e distribuição de veículos. Enquanto os custos aumentam, as receitas estão sendo rebaixadas pelo efeito da queda dos negócios.

O choque econômico pela paralisação de tantas atividades será gigantesco. Grandes corporações conseguem calcular e gerenciar o prejuízo gerado em uma semana sem produção, que possivelmente será seguida de cortes de custos e demissões. Mas empresas de pequena escala como lojas, prestadores de serviço e trabalhadores autônomos podem simplesmente não sobreviver ao período de portas fechadas, que representará uma redução dramática de seus recursos e, provavelmente, muitas falências.

A desvalorização cambial, como consequência da percepção de aumento de risco do Brasil, tem grande impacto nos custos e, por consequência, nas vendas de veículos. O mercado financeiro já precificou que o câmbio que deve se manter na casa de R$ 4,80 a R$ 5,00 por dólar por um longo período. O efeito direto dessa alta é o aumento do custo dos veículos produzidos no País, tendo em vista que hoje o conteúdo importado, dependendo da montadora, varia de 30% a 70%, por conta do aumento de conteúdo tecnológico dos carros e das decisões dos fabricantes de importar esses sistemas e componentes nos últimos anos.

A consultoria calcula que aumentos de preços entre 10% e 20%, adicionais aos reajustes já praticados no período, terão de ser repassados ao mercado rapidamente, o que irá impactar ainda mais severamente as vendas de veículos no varejo.





Produção de carros no País deve recuar 4%, estima consultoria

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Fonte: Automotive Business

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